Gideon e Horácio Carlos, 49, — também preso — moravam no mesmo lote em que residiam Marcos, a mulher dele, Renata Belchior, 52, e a filha do casal, Gabriela Belchior, 25. A chácara, localizada em um condomínio do Itapoã, logo seria vendida por Marcos. A negociação do imóvel foi feita sem o conhecimento e aprovação dos dois suspeitos, que posteriormente descobriram o plano e se incomodaram.
Marcos chegou a ser questionado por Gideon sobre o motivo da venda. Para o suposto comprador, o patriarca da família dizia que Horácio e Gideon eram apenas funcionários dele, afirmação esta que resultou em uma discussão entre os três e Gideon resolveu se vingar.
O plano
Incomodado com a negociação da venda da chácara, Gideon começou a arquitetar um plano macabro e se reuniu com Horácio, também morador do lote. Juntos, os dois contrataram Fabrício Silva Canhedo, 34, Carlomam dos Santos, 26, e Carlos Henrique Alves da Silva, 27.
O primeiro passo da ação criminosa era sequestrar todas as 10 pessoas. Além de Marcos, Renata e Gabriela, os alvos eram a cabeleireira Elizamar da Silva, 37, e os filhos, Gabriel, 7, e os gêmeos Rafael e Rafaela, 6; o marido dela, Thiago Belchior, 30; a ex-mulher de Marcos, Cláudia Regina, 55, e a jovem Ana Beatriz, 19. Em depoimento, os acusados disseram que o objetivo era atrair todos os possíveis herdeiros da chácara.
Marcos foi a primeira vítima a ser sequestrada e assassinada. O homem morreu ao levar um tiro na nuca e teve o corpo esquartejado, degolado e enterrado no quintal de uma casa alugada por Horácio, na Vale do Sol, em Planaltina. No mesmo imóvel, estavam Renata, Gabriela, Cláudia e Ana Beatriz, todas mantidas em cárcere. A suspeita é de que, pelo menos, Cláudia e Ana tenham sido levadas ao cativeiro em 4 de janeiro.
As mulheres foram amordaçadas, amarradas e vendadas e obrigadas a passar dados bancários, como senha de cartões. Na casa, investigadores da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) encontraram oito cartões de crédito e débito, talão de cheque, documentos pessoais, bem como uma caderneta de anotações com informações financeiras das vítimas.
O Correio apurou, ainda, que, no cativeiro, os criminosos colheram os celulares das vítimas, colocaram fitas pretas nas câmeras e chegaram a embrulhar os aparelhos em papel alumínio, estratégia essa usada para bloquear o sinal.
Na noite de 12 de janeiro, os criminosos atraíram Elizamar e os três filhos até a chácara dos sogros dela. Lá, eles a renderam e decidiram matar a cabeleireira e as crianças. O carro da empresária foi encontrado carbonizado na manhã do dia seguinte, em Cristalina (GO).
Com base no depoimento dos presos, enquanto Elizamar e os filhos estavam sendo mortos, Thiago já era mantido em cárcere no cativeiro. Renata e Gabriela foram as sexta e sétima vítimas, respectivamente. As duas foram asfixiadas até a morte e levadas de carro até uma estrada de Unaí (GO), onde Gideon ateou fogo no veículo.
Por último, os criminosos decidiram assassinar Thiago, Cláudia e Ana. Vendados, amarrados e amordaçados, os três foram levados de carro ao Núcleo Rural Santos Dumont, onde morreram ao serem esfaqueados por Gideon, Horácio e Carlomam. Depois, os corpos foram jogados dentro de uma fossa.
Carlos Alves, o quinto preso detido na madrugada desta quinta (26/1), foi um dos contratados por Gideon para buscar Thiago na chácara e levá-lo ao cativeiro. Ele receberia R$ 2 mil pelo serviço. Todos os cinco acusados vão responder por associação criminosa, extorsão mediante sequestro com resultado morte.
Fonte: Correio Braziliense
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